terça-feira, 30 de junho de 2009

Record Club, o novo projeto do incansável Beck

Beck lançou nessa semana as duas primeiras músicas de seu novo projeto, chamado Record Club, que, segundo ele, é uma "reunião informal de várias pessoas para gravar um álbum em um dia". A cada vez, eles escolhem um álbum para ser reinterpretado, mas sem ensaiar. Tudo acontece ali na hora mesmo. Toda semana, uma faixa é colocada no site oficial dele e dos envolvidos no projeto.

O primeiro disco escolhido foi The Velvet Underground and Nico (1967) e envolveu o produtor e "sexto membro" do Radiohead Nigel Godrich; o ator Giovanni Ribisi; o músico Chris Holmes; a cantora islandesa Thorunn Magnusdottir, além do próprio Beck e de músicos que colaboram com ele, como o tecladista Brian Lebarton e o baterista e também produtor Joey Waronker.

As duas primeiras versões são das músicas Sunday Morning e Waiting For My Man. Olha aí a original e a "cópia". Sou bem suspeita pra falar, porque adoro Velvet Underground e, claro, o Beck. Mas achei que o resultado ficou sensacional.

The Velvet Underground and Nico - Sunday Morning


Record Club - Sunday Morning


The Velvet Underground and Nico - Waiting For My Man


Record Club - Waiting For My Man

Morre Pina Bausch


Fiquei bem surpresa com a morte da coreógrafa e bailarina alemã Pina Bausch. Ela morreu nessa terça-feira, aos 68 anos. Cinco dias atrás, ela havia sido diagnosticada com câncer.

Em setembro, sua companhia Tanztheater Wuppertal viriam ao Brasil para apresentar os espetáculos Café Muller (1978), mais conhecido por ter um trecho mostrado no filme Fale Com Ela, de Pedro Almodóvar (vídeo abaixo), e Sagração da Primavera (1975). As apresentações aconteceriam no Teatro Alfa (r. Bento Branco de Andrade Filho, nº 722, Sto. Amaro, SP. Tel.:11 5693-4000 e 0300-789-3377), mas a venda de ingressos foi bloqueada até sexta-feira.

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Gosta de cinema e vai passar o final de semana em SP?

Então prepare-se pros dois festivais de cinema que a cidade recebe: O In-Edit Brasil, de documentários musicais, e o SP Terror.

In-Edit
Essa é a primeira edição da versão brazuca, mas o festival surgiu há sete anos, em Barcelona, e hoje acontece também em Santiago do Chile, Buenos Aires e Puebla (México). Aqui, a mostra conta ao todo com 44 filmes, internacionais e nacionais.

Entre os brasileiros, seis participam da competição: Na Base da Bossa, 50 Anos de Excelência, que faz uma homenagem ao gênero; Música Subterrânea, sobre o jazz em Curitiba; Jards Macalé - Um Morcego na Porta Principal; Favela On Blast, sobre o funk carioca; Fandango, sobre o músico gaúcho Renato Borghetti...

...e Dub Echoes, uma viagem pela história do dub.


Já os internacionais são bem variados. Alguns são dedicados a grandes figuras da música, como Altered by Elvis, sobre oito pessoas que "vivem" para o Rei...


...e Johnny Cash at Folsom Prison, com relatos de pessoas que presenciaram o histórico show.




Outros exploram gêneros específicos, como End of the Century: The Story of the Ramones, que deve agradar aos fãs de punk...


... Public Enemy: Welcome to the Terrordome...


...e Sigur Ros, Heima, que é meio chatinho de assistir, mas vale a pena pra quem gosta deles e, como eu, é apaixonado pela Islândia.


Para quem gosta de saber mais sobre os bastidores da música, as dicas são Respect Yourself, que conta a história da gravadora Stax...


...e The Wrecking Crew, sobre um grupo anônimo de Los Angeles que tocou hits dos anos 60 e 70 de gente como Beach Boys.


In-Edit Brasil – Festival Internacional do Documentário Musical
Quando? São Paulo - de 25/06 a 05/07; Rio - de 09/07 a 12/07
Onde? São Paulo - MIS, HSBC Belas Artes, Galeria Olido, CineSesc e Centro Cultural da Juventude; Rio - Cine Santa Teresa
Quanto? Consulte o site

Mais: Consulte a programação aqui

SP Terror
Com uma programação bem menos empolgante, o SP Terror – Festival Internacional de Cinema Fantástico traz filmes de terror bem variados, dos mais "arte" aos mais "trash".

Ao todo são 34 filmes, entre longas e curtas, brasileiros e internacionais. Vale tudo: vampiros, zumbis, mitologia e até ficção científica. A mostra vai até o dia 2 de julho, no Reserva Cultural. O festival promove ainda a Mesa Redonda do Inferno, com o cineasta José Mojica Marins, o Zé do Caixão.

Segundo os curadores, o destaque fica por conta do longa sueco sobre vampiros Deixe Ela Entrar...


...e o nacional premiado Mangue Negro, em que pescadores se transformam em zumbis depois de se contaminarem em um manguezal destruído pela poluição.


Entre os inéditos no país estão Eden Log...


... Os Matadores de Vampiras Lésbicas...


... Dead Girl...


... Strange Girls...


... Solos...


...e Yoroi Samurai Zombie.


SP Terror – Festival Internacional de Cinema Fantástico
Quando? De 26 de junho a 2 de julho
Onde? São Paulo: Reserva Cultural
Quanto? Ingresso - R$ 13; passaporte - R$ 50, com 10 filmes a escolher, menos as sessões de abertura e encerramento

Mais: Consulte a programação aqui

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Tchau, Michael

Eu simplesmente não penso em outra coisa desde as seis da tarde que não tenha a ver com o Michael Jackson. A notícia da morte dele me chocou de uma maneira que não imaginava que fosse possível. De todas que vi acontecerem no meio cultural, foi sem dúvida a que mais me impressionou na vida. Demorei para conseguir postar alguma coisa, porque simplesmente não sei o que falar.

Michael é o rei do pop, e ninguém jamais vai tirar esse posto dele. O cara conseguiu vender o maior número de cópias de disco no mundo (Thriller), agradar brancos e negros e revolucionou a forma como a música pop era vista até então, principalmente na parte visual. Os videoclipes dele são os mais absurdos que alguém já fez, todos cheios de efeitos visuais e historinhas. Então, pra dar tchau ao gênio, vai um dos clipes que mais gosto dele.

Download da semana: La Roux - La Roux (2009)


Eu gosto muito de La Roux. Pra quem ainda não conhece, um duo inglês de electropop, com influências do synth pop dos anos 80, formado pela ruiva Elly Jackson (que tem o cabelo mais descolado da música atual) mais o produtor Ben Langmaid.

Eles têm três singles lançados até agora (Quicksand, In For The Kill e Bulletproof), que eu já incluiria facilmente na minha lista de melhores músicas do ano. Então imagina meu desespero pelo disco, que demorou pra aparecer na rede? Só vazou mesmo agora, faltando 5 dias pro lançamento oficial. Coloquei todas as músicas no goear e aproveitei pra fazer um breve comentário do que achei do disco, faixa a faixa. Aproveita pra ouvir e dizer o que achou - antes que eu seja processada ou tenha meu blog retirado do ar. ;)

01 - In For The Kill - Sou da opinião de que a primeira faixa de um bom disco de pop precisa dar a "cara" do que vamos ouvir pela frente, isso é, tem que mostrar a que veio. In For The Kill é contagiante desde a primeira audição, é a combinação perfeita entre o synthpop dos anos 80 e o electro de hoje. Além de encabeçar o álbum, a música foi o segundo single do duo, depois da bombástica Quicksand. Ponto pra eles. Essa já tá na minha listinha das melhores do ano. Precisa falar mais? Ah, sim. E ainda ganhou uns remixes ótimos, como o do Lifelike.


02 - Tigerlily - Não é a faixa mais empolgante, nem menos. Mas Elly compensa na letra: "I know you're better than this/ I could be here when you call/ I'll make you top of the list/ And in the crash of the dawn/ / I can see you burning with desire for a kiss". Mais ou menos isso.


03 - Quicksand - Lançada no final do ano passado como o primeiro single do duo, essa música já mostrava o potencial hitmaker de La Roux. Só que, embora a construção toda da música seja muito boa, quer dizer, com todos os ingredientes básicos que tornam uma música desse tipo no mínimo dançante, a voz da Elly não caiu bem. Acho principalmente essas camadas distorcidas da introdução um pouco irritante.


04 - Bulletproof - É o terceiro single do disco, que só por vir depois de In For The Kill já perde um pouquinho a graça, mas o tom de voz menos agudo da Elly, convenhamos, caiu bem.


05 - Colourless Colour - É a música em que os sintetizadores, junto com a bateria digital, mais lembram os anos 80 no disco. Bem dançante.


06 - I'm Not Your Toy - Faz jus a posição de próximo e quarto single. A introdução lembra um pouco funk, que eu também encontrei referências no disco. Na letra, Elly desce o pau: "It's all false love and affection/ You don't want me/ You just want the attention/ I'm not your toy". Bem chiclete.


07 - Cover My Eyes - A primeira mais lentinha do disco, também com bastante referência aos anos 80, mas com uma pegada mais soul, com versos cantados em coro.


08 - As If By Magic - Sou suspeita pra falar de música cheia de "oooohs" e "aaaahs". Adoro. A música mais fofa com a letra mais...triste: "You're the only home I'll ever know/ As if by magic/ Thoughts of you are gone".


09 - Fascination - Ok. A música demora pra engatar, dá um pouco de preguiça, mas como todas as outras, essa tem um refrão bem chiclete. Mesmo assim, não empolga muito.


10 - Reflections Are Protection - No começo parece que a qualquer momento vai entrar o Justin Timberlake cantando. Sente o clima. Depois muda e volta o climinha La Roux, mas aí a música já virou uma das melhores do disco.


11 - Armour Love - Em tempos em que a fórmula perfeita do pop pede músicas mais curtas, os 5:53 seriam muito, e o tema ainda é super melancólico ("When you leave me alone in this world/ You know that I'm in hell/ When you know what it's like to be lonely/ And by yourself"). Mas tá valendo.


12 - Growing Pains - Não é das melhores, ainda mais pra fechar o disco. Mas ela cumpre bem a missão de resumir um pouco as referências do duo. Tem climinha anos 80, sintetizadores, os agudinhos da Elly e tudo mais.

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Garotas Suecas


O nome faz pensar que a banda é formada por meninas, mas o Garotas Suecas tem uma só: Irina Bertolucci (teclado, harmonium e pandeirola). Fora ela, todos os outros integrantes são garotos: Tomaz Paoliello (guitarra e voz), Guilherme Saldanha (voz e gaita), Nico Paoliello (bateria e voz), Perdido (baixo e voz) e Sesa (guitarra). Todos na faixa dos 20 anos.

O Garotas, como normalmente é chamado, é um grupo de rock paulista que mistura psicodelia, garagem, o soul e a música negra dos anos 70. Por isso, levam muitas comparações com os Mutantes. Eles têm dois EPs gravados: Dificil de Domar e um mais recente, Dinossauros, lançado em abril.

Formada em 2005, a banda só alcançou fama no ano passado, principalmente depois de levarem uma estatueta no VMB (aposta MTV). Em março, o Garotas foi uma das bandas brasileiras que tocaram no festival SXSW, que acontece em Austin, no Texas (EUA).

Pra quem já conhece ou pra quem não conhece (oi?) mas ficou interessado, eles tocam hoje no Studio SP, a meia noite. A entrada custa R$20, ou R$10 com o nome na lista (studiosp@studiosp.org). Além das músicas já conhecidas, como Codinome Dinamite e Difícil de Domar, eles também devem apresentar músicas novas.





segunda-feira, 22 de junho de 2009

Indieca: El Radio, Chris Garneau


Faz tempo que não me empolgava tanto com um disco ou banda, mas nesse fim de semana baixei o recém-vazado El Radio, do cantor e compositor americano Chris Garneau, e gostei tanto que resolvi procurar mais detalhes do moço. Descobri que algumas músicas dele já foram usadas nas séries Grey’s Anatomy e Private Practice e ele até já se apresentou no Brasil, no ano passado, nos Sesc Santana (em São Paulo) e Campinas.

Chris faz um som muito marcante, que combina elementos de folk e pop barroco com um pouco de blues, country e música "de circo", e tudo isso se encaixa de uma maneira incrível. Só que, até agora, ele não era muito bem visto pela crítica. O primeiro álbum, Music For Tourists (2007), foi mal recebido por ter letras ruins. O EP C-Sides também foi criticado por falta de coesão.

Em El Radio a coisa é bem diferente. O som está coeso e original e as letras estão melhores – embora ainda bastante sombrias. Em geral, o álbum é misto de altos e baixos emocionais, mas muitas canções tem uma temática macabra, relacionada à morte e uns assuntos esquisitos (lá pra baixo vocês vão entender). O disco mistura o triste e o alegre, o circo e o funeral, barulhinhos "fofos" com letras bizarras. Não é fácil de ouvir, mas vale a pena tentar.

Na introdução de Dirty Night Clowns dá pra perceber essa influência de música "de circo", fora a referência do próprio título (que segundo eu li fala do conto de um duende que entra fantasiado de palhaço nas casas na calada da noite para molestar criancinhas – sacou?). Essa música é daquelas que começam tímidas, com flautinha, e vão crescendo (adoro música assim).

Dirty Night Clowns


Hands On The Radio


Fireflies


*A coisa do Indieca surgiu como alternativa ao nome do blog, mas o jornalista Dafne Sampaio me desencorajou por achar que o final "eca" ia parecer que eu tinha nojo de música indie, mas é lógico que não é bem assim. O nome vem de Indie+Dica. Mais na barra da esquerda.

terça-feira, 9 de junho de 2009

Popload foi assim...


Pra começar o novo blog, vai um post meio atrasado. Mas, pra quem ficou mais de um mês sem postar no outro, acho que tá bom.

Nesse fim de semana rolou a primeira edição do Popload Gig, iniciativa do jornalista Lúcio Ribeiro, na Clash Club, em SP.

No sábado, quem abriu o festival foi o Holger, banda paulistana que participou do Sxsw nesse ano. O repertório dos meninos, super animado, foi calcado nas músicas do EP The Green Valley e também umas composições novas.

Já a apresentação do californiano No Age achei que deixou a desejar. A banda é meio barulhenta e alguma coisa no som estava errada, muito estranho. De qualquer maneira, os caras chegaram a animar em algumas do álbum de estreia deles, Nouns.

Mas as estrelas da noite mesmo foram Matt & Kim, duo que vem do Brooklyn (NY). É claro que eles eram os mais esperados do festival por muita gente - incluindo eu - mas o show foi impecável. Simpatia nota 10, som animado e dançante na medida certa. Os dois estavam muito felizes, tava na cara. A Kim não parou de sorrir por um segundo. Banda feliz + galera animada = todo mundo dançando e se divertindo horrores! Ponto pro festival.

O domingo já foi um pouquinho mais desanimado. O frio que fez no dia acabou fazendo muita gente ficar em casa, mas quem saiu pra ver Mickey Gang e The View não chegou a se arrepender. Os meninos de Colatina (ES) fizeram um show curto (20 minutos, acho que nem isso) e bem morno, segundo quem tinha ido na sexta ver eles tocarem na Neu.

Depois veio a banda escocesa The View, que fez um show ok, mas sem nenhuma novidade. Achei parecido com todas essas outras bandas indie que a gente vê desde 2002 - de Libertines a Arctic Monkeys. Nada que valha a pena comentar.

Segundo o Lúcio, o próximo Popload Gig vai ser assim:

15 de agosto, Rio de Janeiro
Friendly Fires + uma banda internacional (TBC) + uma banda nacional (TBC)

17 de agosto, São Paulo
Friendly Fires + uma banda internacional (TBC) + duas bandas nacionais (TBC)